quarta-feira, 24 de abril de 2024

Patriotismo e Alienação

Por trás do que se diz…


Patriotismo e Alienação



Uma das formas de dominação internacional sempre foi o fomentar  internamente, no alvo que se busca atingir ,divisões, intrigas e inimizades que facilitem a ação dominadora. Gregos já faziam isso, os Romanos aperfeiçoaram, Espanhóis o fizeram com Portugal, a Inglaterra o fez contra os Escoceses, os Espanhois contra a França protestante, e assim pela historia a fora.

Divisões politicas, raciais, religiosas sempre foram estimuladas, conduzidas, espicaçadas por interesses contrários de grupos humanos.

Desde que o Inglaterra e seu sucessor no controle das riquezas acumuladas pela exploração colonial, mercadológica, cultural  - os Estados Unidos - se apropriaram dos meios de comunicação universais via o Internet, o que fez obsoleta a influência direta da Imprensa, hoje mera plataforma de notificação de conceitos do Dominador, a tarefe de dividir se tornou mais fácil, menos perceptiva, e muito mais corrosiva.

Se lermos o pobre ersatz do Suplemento Cultural do ESTADÃO de hoje, nove de abril de 2024 vemos uma nota que lembra que Antônio Cândido foi o organizador original do Caderno Literário, sob orientação de Júlio de Mesquita Neto. Cândido  um erudito pertencente à Esquerda Católica e Mesquita um homem de Direita ligado historicamente ao establishment agrário paulista. Mas, os dois, brasileiros e orgulhosos do cabedal cultural do país.

Hoje, o ESTADÃO, nas mãos se um ex correspondente da Veja nos Estados Unidos,  tem no lugar do que foi feito por muitas décadas na ideia original um depositário de anúncios de restaurantes, receitas de bolo, transcrições de comentários sobre as novelas da GLOBO, e reprodução de artigos do New York Times, publicados com o desvelo com que os evangélicos reproduzem o que acreditam ser a Palavra Divina.

Divide se o País hoje fazendo nossas as ideias do “Pensar Certo” da Matriz ou de seus porta-vozes locais, Quislings de opereta, mas que acumularam desde a cooperação original de antes dos anos quarenta do Seculo XX uma fortuna de bilhões de dólares e uma capacidade permanente de servir a outros Senhores.



segunda-feira, 22 de abril de 2024

Dedicação e Inconstância no Programa Nuclear da Marinha do Brasil

Por trás do que se diz…


Dedicação e Inconstância no Programa Nuclear da Marinha do Brasil



O Programa Nuclear da Marinha do Brasil, do qual o futuro Submarino Nuclear brasileiro é um dos mais importantes produtos – mas longe de ser o único – está no seu décimo sexto ano, apos uma batalha decisiva entre seus defensores e inimigos, e que só foi vitoriosa pelo apoio externo que teve, de oficiais reformados da Marinha, de jornalistas, e Congressistas.

A Marinha mesmo, intoxicada internamente por profunda divisão, já havia se engajado em uma série de  submarino  convencionais que enterrariam por uma geração o sonho que a maior parte da Marinha acalentava desde do Almirante Álvaro Alberto.

Não há dúvida que à Marinha cabe também o mérito de ter deixado de lado o engajamento ideológico durante a Era Lava Jato e resistido à campanha de tentativa de estrangular o Programa, tentativa essa que teve apoio de jornais, redes televisivas e principalmente da Força Tarefa de Curitiba, esta última que alegava querer “acabar com o Lula e o Sarkozy” mostrando os “crimes” do Prosub”.

Mas o que assusta é que a gestão de um projeto de tais dimensões seja gerido dentro das regras regulares da Marinha, de trocas e promoções constantes, o que faz com que, embora oficial de grandes méritos o recém-empossado Chefe do Programa seja o nono responsável por ele, numa media de gestionários de um ano e meio a dois  de responsabilidades  por tal programa.

Outro ponto assustador é que não vimos os grandes beneficiários civis do Programa se adaptarem a uma indústria de defesa, formando especialistas em novas tecnologias e estratégias de defesa nacional, mantendo se nos velhos  hábitos do venha-a-nós de fornecedores de estradas, prédios  praças e esgotos.

 

terça-feira, 16 de abril de 2024

A volta do pior...

Por trás do que se diz…


A volta do pior... 



Pouca gente no jornalismo brasileiro se deu ao trabalho de elaborar uma analise adequada do que o PT realmente foi em sua organização original e hoje é no seu desenvolvimento como um partido nacional.

Se deixássemos essa tarefa ao O GLOBO, Estadão, à falecida VEJA (cujo semblante de renascimento é pura miragem), ou ainda a essa contrafação chamada CNN Brasil, eles definiriam o PT como uma horda de cripto comunas empenhados em destruir os sagrados valores da Nacionalidade (tipo Deus Pátria Família), aos quais acrescentariam, empenhados, a propriedade da terra….

Mesmo não sendo isso, horda o PT é.  Ele é a soma de tendencias múltiplas da esquerda brasileira, desde o grupo da esquerda católica incentivado pelos sindicatos alemães e a Igreja em 1960 e 1970, aos trotskistas desgarrados, aos eurocomunistas Berlingüerianos, aos dissidentes do Partidão antes e depois do Grande Racha, e infiltrados dos estertores do Cominform. E de alguns (e muito especiais)  agentes duplos.

Como o PS frances pouco antes do definhamento total da SFIO (Section Française de la Internationale Ouvriere), a divisão era tão profunda, que somente uma semi unanimidade fez ser escolhido para a liderança aquele julgado menos perigoso para os demais. Assim Lula foi escolhido no PT, tal como Mitterrand o foi na França para o PSF.

Mas José Dirceu sempre ambicionou o controle do Partido. Sua aliança inicial com Lula foi uma convivência armada. A batalha surda e sem quartel em 1998 e 1999, após três derrotas sucessivas de Lula para a Presidência da Republica  e seu crescente alcoolismo – felizmente estancado - fez as esperanças de Zê Dirceu crescerem, como se viu na campanha nacional de outdoors (muito bem financiada…) comemorando o aniversario do companheiro Zé em 1999. Lula reagiu, superou-se, e foi eleito em 2001….

No poder, Zê montou um aparato paralelo ao PT para se preparar para a sucessão de Lula, e deu com os burros n’ água com o Mensalão.

Mas, dentre os seus méritos, há o da insistência…...

Hoje, em nova festa de aniversario ele mostra que  está se preparando para capturar o PT e chegar quer a Presidência da República tal como ela é hoje, ou, com um acordo com o Centrão, como Primeiro-Ministro, de um Brasil a sua conveniência.

E desse Brasil ele não espera, hoje, ser expulso dele, como o foi de Cuba, pois os cubanos detectaram nele, com muita precisão,  o que o PT e o Brasil não conseguíram ate hoje nele detectar...

 

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Dr. Paulo estava certo

Por trás do que se diz…... 

 

Dr. Paulo estava certo

 


Quando a Grande Imprensa o citava frequentemente, o Dr Paulo Maluf lembrava, sempre que podia, o velho ditado de que o Lobo perde os dentes na velhice mas não pede o Vício.

Um velho fellow traveller americano, de seus tempos de Veja, O GLOBO, Jornal da Tarde, Estadão e Folha mostra em 31 de março de 2024 nessa Folha cada vez menos semelhante aos seus melhores dias de antanho, que suas paixões não se abateram em 60 anos, e quais, realmente, são os seus heróis...

Referimo-nos a Élio Gasperi, cuja carreira no Jornalismo lembra a carreira fictícia de Pepe Carvalho , a criação do grande literato catalão  Manuel Vazquez Montálban, quando deixando a militância de Esquerda, aceita ser consultor da CIA sobre a sua Espanha, agora democratizada, plotando quem era quem para que Washington não se equivocasse…

Os  rasgados elogios de Gasperi a Vernon Walters, um dos mais eficientes instrumentos da corrupção americana da mente de importante  militares brasileiros, ingênuos compradores das imagens maniqueístas americanas da Guerra Fria, mostra que a idade nada ensinou ao velho, inteligente e alienado jornalista. Que havia  aproveitado  sua passagem por Washington nos anos 80 para ser consultor da CIA sobre o Brasil em vias de democratização.

E serviços ele já prestara antes, quer na imprensa, quer em seus livros.. O principal foi o cuidadoso recorte excludente  do qual Gasperi foi artesão em seus 4 volumes, do papel americano no golpe de 1964 e, mais grave, na introdução da tortura impiedosa como instrumento de Estado para a dizimação dos ”perigosos comunistas, ateus e apátridas”.

Seu tratamento, nos livros da série, da morte do instrutor de torturas americano, abatido na rua numa das primeiras reações à barbárie instalada na Operação Bandeirantes é o de um herói morto a serviço do Bem.

Com toda a responsabilidade que o Estadão teve para que 64 ocorresse, um artigo desse, uma Elegia de Walters, nem pelas mãos do Eurípedes, egresso da Veja, aluno la fora de anos de endoutrinação, e  hoje Editor do jornal, teria passado.

 

terça-feira, 2 de abril de 2024

Embrulhando os meninos…

Por trás do que se diz…...


Embrulhando os meninos…


Em sua pose de flanneur, uma palavra hoje desaparecida da moda, Macron passou por aqui. Assinou um acordo de cooperação estratégica com o Brasil (esquecido de que o acordo  que Sarkozy assinou em 2008 com Brasil e que parecia ser altamente exclusivo, foi seguido, nos 36 meses que se sucederam, de vários outros acordos de cooperação estratégica do Brasil  por iniciativa do Itamaraty, com a Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido, Portugal, Estados Unidos, Canada e… quem mais o que fosse). Ideias itamaratecas para não ofender ao Grande Irmão por estarmos fazendo com a França o que até então só fazíamos com Washington...


Precisávamos demonstrar que embora estivéssemos fazendo (como realmente estávamos) algo de muito  inusitado com a Franca, pela madrugada, nada realmente estávamos fazendo de diferente do que faríamos com o padeiro da esquina.


Na semana passada falou-se, falou-se, falou-se. Navegou-se por Igarapés. Foi inaugurado um submarino, pronto desde novembro de 2022, e que já tinha feito com sucesso seus testes  de mar. E se pediu ao mundo Bolsonarista em jantares secretos no Rosewood que a maior empresa francesa de tratamento de esgotos, água e lixo da França ganhasse o acervo da SABESP. Empresa essa que tem uma reputação historica de “parcerias privadíssimas” com Agentes Publicos franceses, e que muito antes da nossa Lava Jato e suas “vitimas” já tinha na França mudado de nome...


Macron precisa de  Uranio. E Macron quer outros minerais estrategicos. Mas Macron NÃO PODE liberar a tecnologia de retirada do combustível usado do futuro submarino nuclear brasileiro que é, nada mais do que PLUTONIO. Os Estados Unidos não deixam….


Assim, generoso, Macron nos diz: Voces não querem se submeter ao controle da Agencia em Viena??? Podem deixar. Eu forneço a vocês o combustivel nuclear do SNBR e eu França aceito o controle da Agencia de Viena sobre o que já é meu. De qualquer forma eu posso fazer isso pois eu tenho a bomba !!!  


E ainda “eu troco o combustível do seu submarino nuclear  pelo mot de Cambronne da SABESP... Vocês não precisam fazer mais nada. Mas me deem o SEU Uranio, me deem SUAS Terras Raras…. Eu troco aparências por coisas concretas et trebouchants…. E nos sabiamente deixamos, em 2008,  esse assunto para agora, quando vocês já gastaram 40 bilhoes de Reais, e estão com a corda no pescoço”.


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

PROSUB Programa Submarino

Por tras do que se diz...

 

PROSUB Programa Submarino 

 

Quinze anos apos o lançamento pela Marinha do Brasil do Programa de Submarinos (PROSUB) para a construção do submarino nuclear brasileiro, denominado SCPN (Submarino Convencional de Propulsão Nuclear), mediante o desenvolvimento por meios 100% brasileiros de um reator nuclear e a cooperação francesa para o design de sua estrutura, bem como para a construção no Brasil, em Itaguai, de quatro submarinos convencionais de propulsão diesel elétrica tipo SCORPENE, cujas características de casco são semelhantes a um submarino nuclear.


Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy previa apoio tecnológico para o design de futuro SCPN, exceto no que tange o gerador nuclear, para a arquitetura do estaleiro e para o cais. Previa também originalmente auxilio tecnológico para o então chamado Centro Radiológio hoje corretamente reintitulado Centro de Manutenção Especializada. Mas dias antes da assinatura dos Acordos de Cooperação, em Dezembro de 2024 a França - sob pressão de dois outros países membros de Clube Nuclear rei do escopo da transferência de tecnologia o então Centro Radiológico.

Desde então o Programa correu com sucesso mas a construção do Centro Radiológico, hoje Centro de Manutenção Especializada, até hoje não ocorreu.

Essa foi a razão da controversa contratação pela Odebrecht do mais importante engenheiro nuclear brasileiro, o almirante Othon Pinheiro Silva.

A razão alegada pelos países que realizaram essa pressão - e hoje continuam a fazê-lo - é que o Centro Radiológico é o local onde se carrega e descarrega o combustível nuclear do submarino. 

Embora nenhuma restrição exita para isso no Acordo de Não Proliferação Nuclear do qual o Brasil é signatário, os Estados Unidos e o Reino Unido insistem para que o Brasil assine um Protocolo Adicional que lhes dá direito a inspeções que nenhum outro país que possui submarino nuclear está obrigado